O Xingu – uma área que ainda tem muito a ser explorada em questão de conhecimento, não para de surpreender quem gosta de aventurar por ela. E se deparar uma verdadeira aula de respeito e gratidão foi uma das maiores surpresas vividas por representantes do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) ao conhecer a Aldeia Kamayurá.
O convite para participar da Cerimonia Kawaryp, que é uma homenagem aos ancestrais, foi muito bem recebido pelo reitor Willian de Paula, e aos três servidores Célio Pedraça, Alexis Leal e Jane Oliveira, que são estudiosos na área indígena.
O ritual é uma homenagem a todas as pessoas que morreram, mas que de alguma forma fizeram a diferença na Aldeia. E nos últimos anos, o espaço foi aberto também para os ‘não índios’, e entre eles estavam no ritual presenciado pela equipe do IFMT, o médico Roberto Geraldo Baruzzi.
Contudo, um segundo momento enriquecedor para tanto para o IFMT, quanto para os representantes do Alto Xingu ainda está por vir em outubro, quando acontecerá um grande encontro das lideranças indígenas. E o Instituto estará presente como um protagonista e colaborador das novas transformações na região.
Para os próximos meses, o IFMT tem como meta aproximar dos povos Xingus através de um Campus Multicultural, com a linguagem voltada para a realidade local. Sem tirar a identidade das aldeias, o Instituto tem a proposta de ensinar o que há de moderno na área de agricultura e ciências da natureza para os povos nativos e conseguir com que eles preservem sua singularidade e mantenham os cuidados com a natureza.
Além da formação de jovens, a ideia é também formar professores dentro das aldeias para que o conhecimento se dissipe de acordo com as características de cada etnia, já que o Xingu é formado por vários povos.
O projeto Campus Multicultural, que deverá ser construído em Canarana (distante 832 km de Cuiabá), é considerado desafiador, principalmente por ser inédito, mas que tem tudo para ser um sucesso, já que o primeiro passo foi dado de onde menos se esperava – do próprio Xingu.