O Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) Campus Rondonópolis realizou a entrega nesta segunda-feira (11) dos certificados do Curso de Formação Profissional em Microempreendedora Individual (MEI) para as alunas da Cadeia Pública Feminina do município. O evento foi marcado por muita emoção e depoimentos positivos com relação ao Programa Mulheres Mil.
No total, foram ofertadas 20 vagas que tiveram adesão de quase 100% das detentas, que não são obrigadas a aderir a capacitação. Alcançando assim o objetivo do curso, que foi atender e incluir mulheres privadas de liberdade, as quais encontram-se em situação de vulnerabilidade social e, por ora, em grande parte, excluídas do mundo do trabalho.
Nesse sentido, o projeto buscou não somente possibilitar oportunidades de trabalho e de remuneração, como também fortalecer sua autoestima, oferecer possibilidades de empoderamento e melhoria dos vínculos sociais dessas mulheres.
Na grade curricular do curso, as estudantes tiveram matérias nas áreas de Administração, Empreendedorismo, Marketing, Oratória, Inclusão digital e entre outros, totalizando 160 horas.
Para a coordenadora do curso em Rondonópolis, Jordana Lenhardt, o maior desafio foi derrubar a barreira do preconceito que há contra mulheres detentas. E o sucesso do curso foi questionado, pois havia a dúvida se teria adesão, mas no final foi provado que o projeto cumpriu o seu objetivo.
“Nós fomos muito bem recebidas na Cadeia Pública e o programa veio com um desenho muito legal. Se a gente viesse com um curso de empreendedorismo que não fosse das ‘Mulheres Mil’, não seria uma proposta tão legal como foi. Quando a gente dizia, que realizariamos o curso dentro da penitenciária, várias pessoas duvidaram que daria certo e hoje estamos aqui com a sala cheia para a entrega dos certificados”, enfatizou.
Já a coordenadora-geral do Programa Mulheres Mil no IFMT, Eloísa Azeredo, destacou o aprendizado gerado por todos envolvidos no projeto, e que o Instituto realizará mais cursos voltados para esse público em 2024. “Esse é um curso que gera aprendizado de todos os lados, não só para alunas. Eu tive uma experiência incrível, e acho que devemos trazer mais cursos, porque elas se dedicam, aproveitam e todas tem a capacidade de ser o que quiserem quando sair”, disse Azeredo.
Para a concluinte, Silvana Matos (nome fictício), participar das aulas era um momento de descontração que fazia elas esquecerem do ambiente onde estavam. “Quando a gente estava no curso, a gente aprendia, se sentia feliz e com sensação de liberdade. Era como se não estivéssemos presas!”.
O curso teve também o apoio da Prefeitura de Rondonópolis e da Câmara Municipal, que foram representados respectivamente pela Secretária de Assistência Social, Fabiana Perez, e pelo vereador Subtenente Guinancio.
