Na última sexta-feira (25), a primeira turma de Especialização em Ciências da Natureza do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) Campus Rondonópolis participou de uma aula de campo com o objetivo de entender, na prática, as teorias ministradas nas disciplinas de Geografia e Biologia. Ao todo, 18 acadêmicos e 4 servidores participaram da atividade, que se concentrou no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães.
O curso de especialização atua na formação de professores, e, nesse sentido, um dos objetivos das aulas de campo é possibilitar o contato com a realidade e promover vivências práticas para orientar os professores que, posteriormente, repassarão esses conhecimentos aos seus alunos.
A primeira parada da aula foi no Mirante da Chapada, onde está localizado o Centro Geodésico da América do Sul. No local, o professor de Geografia, Sidnei Albacete, iniciou a introdução sobre temas que envolvem desde Geografia Física até Geografia Social, explicando as mudanças do planeta com e sem a intervenção humana.
De acordo com o planejamento da aula, a ideia é que os docentes cursando a especialização tenham inspiração para aulas mais dinâmicas que possam ser aplicadas com seus alunos. “O intuito é que os professores deste curso de especialização reproduzam essas práticas com seus alunos do ensino fundamental, ensino médio e graduação. Mas, para que possam ensinar tudo isso, é necessário vivenciar primeiro. A Chapada dos Guimarães é um espaço de observação onde é possível trabalhar diversos temas em Geografia”, destacou Albacete.
Seguindo para o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, onde há uma diversidade de flora, fauna e formações geológicas, o grupo teve uma breve aula com a equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que explicou sobre a dinâmica de trabalho e preservação do local, que anualmente enfrenta risco de incêndios e outras intervenções humanas.
A professora doutora Adriane Barth, responsável pela disciplina de Biologia e integrante da equipe, destacou que a aula expositiva fora de sala pode ser uma forma de utilizar um espaço não formal, mostrando aos professores participantes do curso que é possível ensinar Biologia sem estar dentro da sala de aula. “A intenção é que eles percebam que o quintal da escola pode ser um espaço para uma aula como esta, pois nem sempre esses professores conseguem levar os alunos para uma aula de campo. De outras formas, eles podem observar a diversidade animal e vegetal, como a que existe em um horto, por exemplo”, conclui Barth.
Entre os docentes que estão fazendo a especialização, uma parceria com a prefeitura de Rondonópolis, há formados nas áreas de Pedagogia, Biologia e Ciências da Natureza.
Para o biólogo e aluno da especialização Robson Santos, a aula de campo foi um momento crucial. Ele ressaltou que essas atividades auxiliam na formação ao permitir uma compreensão prática dos conteúdos ensinados em sala de aula. “O que mais chamou minha atenção foi a vivência e a interação com a biodiversidade, especialmente no bioma cerrado, que apresenta diversas fitofisionomias, como cerrado, cerradão, campo sujo, veredas, entre outras”, completou Santos.
As atividades expositivas desenvolvidas fora de sala de aula já fazem parte do currículo do IFMT Rondonópolis, ocorrendo com as turmas do ensino médio, passando pela graduação e agora também na pós-graduação. Atividades como essa reforçam a importância de sair do ambiente formal para uma compreensão mais holística e concreta dos temas, promovendo um ensino mais dinâmico, contextualizado e capaz de despertar o interesse dos alunos pela ciência.
Texto: Rafaela Souza e Rossana Arruda - estagiária de Jornalismo
